quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O Tuareg


Seu nome é Ibrahim, o mesmo do amigo de Deus que viveu em canaã, ele vive em algum lugar léguas ao sul de gibraltar, é um pirata do mar, do mar de areia que é o sahara, seus olhos são cegados pelo sol do meio dia, um alisio do hades quase sempre assedia sua pele, 40° na sombra, é fato que no deserto não há nenhuma arvore,sua profissão como a de seu pai, e do pai de seu pai,e do pai do pai de seu pai........e assim até o próprio Mohamed é a de comerciante, ele leva sal e peixe seco do niger ao marrocos e de lá traz artesanato e outras quinquilharias, no trajeto reza cinco vezes ao dia, como é dificil achar meca no meio do nada, nadar no meio do nada, possui três coisas que dá valor em sua vida, o saif(espada) de seu ancestral, que dizem ter ajudado salahadin a expulsar o leão inglês de jerusalém, seu turbante azul e o seu estimado sheik, um camelo albino que tem quase sua idade,além é claro, do sangue dos mais nobres cavaleiros da árabia e de tribos de pastores do magreb, quantas vezes ibrahim e sheik, juntos, cruzaram o sahara, ele é ao mesmo tempo o irmão que Alah não deu a Ibrahim e o pegaso pra cruzar aquele mar de areia, Ibrahim tem um jardim, o maior jardim do mundo, más nele não há nenhuma flor, em compensação á noite todas as safiras do céu do sahara são suas, e brilham em sua homenagem, como os grãos de areia, ele nunca conseguiu contar todas elas, mesmo assim cada vez que ele as vÊ vem a sua mente " será que há mais estrelas do que grãos de areia?" e as vezes, mas só quando o vento sopra ele pensa " o que será que é mas árido, o sahara ou eu?"

Sobre insetos interiores



Lembro como se fosse anteontem quando desejei ser cego. Eu queria ver o mundo. Ainda gosto das formas, odeio as fôrmas, aprecio as cores, prefiro o preto-e-branco. Ainda assim, queria ver o mundo. E queria ficar cego. Talvez porque o inconsciente me disse que quando se perde um sentido se aprimoram os demais. Pensei em escutar novas canções. Seria tão bom ouvir música no barulho e melodia no silêncio. Senti-me com olfato apurado. Aluguei cheiro de morangos com kiwi. E como estavam gostosos o sabor, o toque, o cheiro, o som, permiti que a vida se tornasse um pouco mais atraente.

Entrou o primeiro. Ele me olhava meio de ladinho. Coração sorrateiro. “Ele está concentrado, nem me olhará”. Deu uma volta. Duas. Três. Roubou minha paz. Cansou. Parou. Enxergou uma luz no fim do túnel. Morreu.

O segundo era um pouco mais forte, audacioso, vivaz. Nem se preocupou em me encarar. Retirou o que tinha de mais belo e me afrontou. Ouvi. Ele me afrontou dizendo que eu não era livre. Então resolvi deixá-lo fazendo companhia a mim. Coloquei-o dentro do livro. Quase que dois corpos no mesmo lugar no mesmo instante.

E veio o terceiro. Sorriu e conquistou o meu olhar. Pensou em me alugar para ser feliz. Para sonhar. Senti raiva. Jamais, eu disse jamais, alguém me deu um tapa tão doloroso no rosto. Para aqueles que me conhecem, sim, já me bateram na cara. Uma mulher. Um soco. Uma mulher e um soco? Sim, uma mulher e um soco! Mas não doeu tanto assim... Agora esse machucou. Deixou-me no meio de três sonhos. E agora, qual realidade devo sonhar? Ainda teria que pagar o aluguel da felicidade. Foi quando, então, decidi não ser alugado nunca mais. Ele veio até minha cama. Deitou-se. Olhou-me. Contou-me qualquer loucura na esperança de salvar-lhe a vida. Regurgitou seu passado com um sorriso amarelo do presente. Sabia que ia morrer. Eu o mataria de qualquer forma, sem a tal fôrma. Resolvi poupar-lhe a liberdade. Dei um beijo de boa noite, apertei-o fortemente contra o peito e o joguei para o alto de fora da janela. Ele voou. Para baixo.

Não veio o quarto. Fiquei sozinho. Eu e o quarto. O cômodo do término do namoro. Do choro, do desespero. Não me foi deixada uma memória corporal. Doeu na alma talvez porque minha tristeza havia chegado depois de uma aparente felicidade. Mas, quer saber, ainda é tempo de morangos com kiwi.

Anteontem desejei ser cego. Insetos voadores no quarto em noite quente me invejam. É o confronto da liberdade com meus olhos nos livros, desprovidos de asas para voar. Enxergar-me nos olhos de alguém machuca bastante.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Só podia ir para o inferno mesmo

Era alto, forte, cabelos longos e loiros, tocava lira e se apaixonou... Foi sua desgraça! Mais um que morre em nome do "amor", Orfeu de Lira. Tudo começou quando, em um belo dia, sentado sobre uma pedra na margem do rio Nethus, Orfeu tocava sua lira graciosamente quando apareceu uma mulher, magra, alta, loira e bem trajada, Eurídice. Foi amor a primeira vista, famosa "ilusão romancista". Porém a mulher atraia muitos olhares, até de deuses ("literalmente"), e alguns dias depois que Orfeu e Eurídice começaram a chavecar - se pegar - o deus Dionisio, gordinho que adora vinho e festa, queria te-la para sí. E começou uma corrida no bosque: Euridice ia na frente, Dionisio a seguia de perto e Orfeu, muito atletico, vinha "ali" atraz. Quase na "linha de chegada", quando Dionisio teria o que queria, uma cobra mordeu Euridice e essa morreu instantaneamente. Dionisio não era do tipo "cadaver" e então desapaixonou-se... Ahh se Orfeu tivesse desapaixonado tambem... Ele era bonito, forte e tocava uma lira, UMA LIRA! Não é um instrumento muito facil de ser manejado, atraia muitos olhares, porem ele não a esqueceu. Depois de lamentar pela morte da mulher, ele pediu a seu pai Apolo permissão para ir ao inferno busca-la e, depois de uma reunião dos deuses, tal pedido foi concedido. Euridice, uma das muitas mulheres que seduzem os homens ao ponto de fazer com que eles as busquem no inferno... É... É esse tipo de mulher que vai para o inferno! Mais um coisa era fato, Orfeu estava cegamente apaixonado. Hermes o guiou até uma passagem para o inferno, escondida sob uma pedra. Lá encontrou Euridice e arrastou-a para fora. A única condição que os deuses imporam foi: ao começar a sair do inferno não deve olhar para o rosto de sua mulher, ou... É eles foram bem claros, porem quando estavam quase saindo do inferno, Euridice - a V.A.C.A. - começou a cantarolar a sua musica preferida que Orfeu sempre tocava e instintiavamente ele se virou para ela. E estava feito. Euridice foi puxada para o fundo do inferno e Hermes puxou Orfeu para fora desse, um pouco antes da passagem se feixar. Orfeu desesperou-se ao perceber que perdeu seu amor para sempre, mas ele não estava preparado para isso, e então recorreu a ultima saida: morrer! Ele foi até as ninfas e começou a tocar sua lira, elas acharam bonito, mas no meio do concerto Orfeu começou a tocar uma musica triste e as ninfas não gostaram. Como Orfeu não tinha pretenção de parar elas o mataram. Ele chegou ao inferno e encontrou sua Eurídice, e ficaram juntos para sempre. Logo, que Hades - deus do inferno - abra espaço, porque de casais apaixonados se enxerá o inferno.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Mujahdin



Jana-Ayse tinha medo de crocodilos.Era certo que não os encontraria na Croácia.Mas seu coração turco temia seres repugnantes.Por isso ela não via pessoas;e,sim,crocodilos.A arrogância lhes dava pele grossa.O grosso de cada caráter era materializado em sua mente.Abocanhá-la facilmente.Mas as tornar crocodilos só aumentava seu medo.Por que o fazer tão forte?Por que esse anseio pelo sofrimento?Ver crocodilos era mais fácil.Enfrentar seu próprio medo era mais simples do que tentar mudar as pessoas.A dor não permite que ninguém a toque.Ela se contrai.A dor de Jana-Ayse só se amenizaria ou se tornaria uma condição permanente com a solidão.Por isso todos os outros são crocodilos.Ela fica inteiramente sozinha,mesmo tendo medo,mas pode reconhecer sua própria dor.Um dia Jana-Ayse se olhou.Suas mãos tinham a casca grossa.E ela se viu crocodilo no meio de incontáveis pessoas.